quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

George Sand por Baudelaire e Otto Dix



Sobre a escritora retratada George Sand, mulher de Chopin, Baudelaire, primeiro esteta a desafiar os artistas a lançarem-se à modernidade e a libertarem-se de normas pretensamente intemporais, anota no seu diário íntimo:



"A mulher Sand é o prud homme da imoralidade. Ela sempre foi moralista (...) Assim nunca foi artista. Tem o famoso estilo corrente, querido dos burgueses. É estupida, é pesada, é tagarela. Tem, ideias morais, a mesma profundidade de julgamento e a mesma delicadeza de sentimento que as porteiras e as mulheres teúdas e manteúdas. O que ela diz da mãe. O que ela diz da poesia. O seu amor pelos operários. Que alguns homens hajam podido embeiçar-se por esta latrina é bem a prova do rebaixamento dos homens deste século (...) Não posso pensar nesta estúpida criatura sem um certo frémito de horror. Se a encontrasse, não poderia impedir-me de atirar-lhe com uma pia de água benta à cabeça".